Há algumas décadas, a influência cultural francesa foi substituída pela estadunidense, aqui em terras brasileiras. A tal ponto que, hoje em dia, muitas palavras francesas presentes em marcas, nomes de lojas, pratos, etc, são pronunciadas como se fossem inglesas. E parece ser pequeno o interesse do brasileiro médio por outras línguas estrangeiras além do inglês.
Aqui não cabe juízo de valor com relação à superioridade de uma cultura em relação a outra. É certo que na época da influência francesa, a humanidade se preocupava mais com filosofia, literatura, ciências humanas em geral, enquanto hoje se preocupa mais com as artes visuais, sonoras e as maravilhas da técnica. Mas isso parece se dever mais a uma mudança cultural generalizada do que à metrópole cultural que passou a exercer influência sobre nós. Agora como dantes, com exceção de algumas áreas artísticas, notadamente a música e um certo tipo de literatura, continuamos na periferia da produção cultural mundial, mantendo uma mentalidade de colonizados e imitativa de outros pólos culturais, localizados sobretudo no hemisfério norte ocidental.
Hoje à tarde eu estava tomando um café no Regina e ouvi de novo alguém usar a expressão que deu título a este artigo. Tenho a impressão de que ela se popularizou a partir do quadro "Escolinha do Professor Raimundo", do Chico Anysio, há alguns anos. Muito embora não soubessem o que significava, seus espectadores achavam-na engraçada e passaram a repeti-la, com uma pequena corruptela sonora que transformou o [s] inicial em [z]. Da mesma maneira que se repetia o "somebody love" [sãm·bóri·lóv(i)] do personagem Rolando Lero.
A propósito: a expressão original era "C'est fini". Escreve-se dessa maneira, pronuncia-se [sέ finí] e significa "acabou".
19 novembro 2006
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Um comentário:
Muito legal, Carlos!
Estava assistindo o filme Piaf, contando a história de Edith Piaf, e em um momento é dito "Zé Fini". Rs. Gostei de sua explicação!
Um abraço!
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