27 maio 2007

Apolítico

Ultimamente tenho me decepcionado muito com a mentalidade brasileira. Para piorar, hoje fui rever na CPFL um filme que me marcou muito sobre a ditadura brasileira quando eu era adolescente, "Pra frente, Brasil". Saí de lá "passado", por vários motivos, dentre eles o fato de que o nosso país não evoluiu muito desde o início da década de 1970. Se a tortura política terminou, a tortura policial continua assolando delegacias e periferias país afora.

O filme mostra algumas pessoas que se sentiam seguras por serem "apolíticas", até que um membro da família foi preso por engano, torturado e "desaparecido". Agora há pouco acabei de assistir a um trecho de um programa na Globo News, em que o Roberto Romano (professor de ética do IFCH-Unicamp) apontou o "apoliticismo" como um dos principais problemas da sociedade brasileira. No final ele disse algo como: "Você, telespectador, assinante que está nos assistindo, se você acha que não tem nada a ver com isso que está acontecendo, está muito enganado. Exerça o seu papel de cidadão, porque enquanto algumas pessoas de bem não fazem nada, os políticos corruptos estão trabalhando em proveito próprio e os políticos honestos ficam isolados."

2 comentários:

Big disse...

É isso daí, Carlos.

Cada comentário que fazemos a respeito do estado de coisas é útil para que alguém se conscientize e também comece a comentar. A reação em cadeia proveniente desse gesto pequeno talvez seja a única esperança que tenhamos para as futuras gerações.
O que não podemos é nos acostumarmos com a idéia de que o que existe não pode ser mudado. Pode, talvez não por uma via facilmente visível, mas ela está lá, a espera de ser encontrada. Talvez não seja linear, talvez se divida em muitos meandros, mas ela existe, basta não desistir e não deixarmos que o maniqueísmo capitalismo-socialismo nos segue.
Quanto mais pessoas comprometidas com, pelo menos, um centímetro além de seus próprios umbigos, comentando sobre o assunto, mais possibilidades temos de encontrar alternativas para virarmos esse jogo pelo poder em que somos mera massa de manobra.
Certa vez, quando estávamos na Itália, você comentou algo nessa linha comigo. Na época, eu achei sua atitude meio alienada, mas, por fim, cheguei a conclusão de que a mudança tão necessária será conseqüência de incontáveis pequenos gestos de pessoas anônimas!

Um abraço,

Big disse...

É isso daí, Carlos.

Cada comentário que fazemos a respeito do estado de coisas é útil para que alguém se conscientize e também comece a comentar. Isso é fazer política!
A reação em cadeia proveniente desse gesto pequeno talvez seja a única esperança que tenhamos para as futuras gerações.
O que não podemos é nos acostumarmos com a idéia de que o que existe não pode ser mudado. Pode, talvez não por uma via facilmente visível: mas ela está lá, a espera de ser encontrada. Talvez não seja linear, talvez se divida em muitos meandros, mas ela existe, basta não desistirmos e não deixarmos que o maniqueísmo capitalismo-socialismo embote o nosso enxergar.
Quanto mais pessoas comprometidas com, pelo menos, um centímetro além de seus próprios umbigos, se conscientizarem do estado de coisas, mais possibilidades temos de encontrar alternativas para virarmos esse jogo pelo poder em que somos mera massa de manobra.
Certa vez, quando estávamos no exterior, não lembro se em Pittsburgh ou em Roma, você comentou algo nessa linha, sobre cada um fazer a sua parte para chegar a um todo. Na época, eu achei essa atitude meio alienada, mas, por fim, cheguei a conclusão de que a mudança tão necessária, se um dia tiver de vir, será mesmo por meio de incontáveis pequenos gestos de grandes homens anônimos!
Infelizmente, os grandes líderes, costumar se desvirtuar no meio do caminho.

Um abraço,

Celso Alvares